Definida a data para realizar a Travessia Norte x Sul em Ilhabela/SP, era hora de planejar todos os detalhes, afinal sabíamos que não seria nada fácil concluir essa aventura.
É difícil encontrar informações sobre essa travessia e precisávamos decidir qual caminho faríamos, como e onde iriamos acampar, o que iriamos comer e outros detalhes.
Mapas e tracklogs
Eu já havia feito várias trilhas na ilha e conhecia o pedaço ao sul até a praia de Castelhanos e ao norte tinha uma boa noção de onde estava a trilha até a praia do poço, já tinha feito metade dela.
Encontramos informações sobre um mapa de 1912 que continha trilhas de servidão que interligavam as praias, utilizamos ele para desenhar um tracklog para nos dar uma noção de onde deveríamos passar. Também pegamos tracklogs de trechos já conhecidos e de pessoas que haviam dito que foram até a praia da Serraria.
Colocamos então esses tracklogs no GPS do Mario, eu levei meu GPS de backup e ainda estávamos com duas cópias de carta topográfica impressas em papel A2 para nossa consulta e para debatermos quais seriam as melhores rotas.
O mapa em papel era ótimo para sentarmos em volta e debatermos o que iriamos fazer durante a travessia.
Equipamentos
Aqui veio uma das grandes dúvidas, como acampar em um lugar que não sabemos como é e com a possibilidade de dormir na mata? Foi então que veio a resposta de acampar com redes e eu nunca havia acampado dessa forma.
Mas não teve outra, a decisão foi essa, como não sabíamos o quanto de espaço teríamos, estava decidido que todo acampamento seria feito com rede, até mesmo nas comunidades caiçaras.
Nosso plano era levar o minimo de peso possível, afinal já sabíamos que em alguns trechos não existiam mais trilhas e teríamos que abrir. Doce ilusão essa de carregar pouco peso, no final minha mochila estava pesando 22 kg :-O
O que levei
Mochila Curtlo Mountaineer 40 + 5l(A ideia era ir com ela, porém, precisei de bem mais espaço quando a comida chegou)- Mochila Deuter ACT Lite 65+10l
- Saco de dormir Deuter Orbit +5
- Refil de água para 2 litros
- Acqua Thermo da Curtlo
- Fogareiro Azteq Jetcook e cartucho de gás
- Rede com Mosquiteiro
- Lona plastica
- Saco Estanque Ultra-Sil Nano e Ultra-Sil View da Sea to Summit
- Bastões de Caminhada
- Perneira
- Facão Tramontina 18″
- Canivete Nautika
- Headlamp
- Paracord (15m)
- GPS Garmin 60csx
- SPOT Gen3
- Bota Vento Finisterre
- Roupas
- Itens para higiene pessoal
- Câmera Canon T5i com lente 17-70mm
- Tripé e Gorillapod
Eu não levei isolante térmico, não senti falta até o dia que dormimos na fenda, estava tudo muito molhado e eu passei frio de noite. O Mário foi o único que levou um isolante inflável e dormiu tranquilo, sendo assim, mesmo acampando de rede não se esqueça dele 😉
Não se esqueça em hipótese algum de levar repelente quando for fazer qualquer coisa em Ilhabela/SP, sem ele sua aventura vai ser traumática.
Alimentação
Esse era um item que ficou exclusivamente a cargo do Thiago, ele é o chefe gourmet nas trilhas e planejou como seria nossa alimentação em todos os dias. A ideia era um bom café da manhã, lanches durante o dia para não precisar fazer almoço e um jantar reforçado. Também chegamos a conclusão que nas duas ultimas noites em que estaríamos nas praias de Castelhanos e Bonete, não precisaríamos levar comida porque iriamos comer nas comunidades mesmo.
Para ter uma pequena noção de nossa alimentação, tínhamos nas mochilas queijo, linguiça, vinho, yakisoba, carne desidratada, arroz liofilizado, purê de batata liofilizado, champignon, batata palha, ketchup, mostarda, cebola, alho, tapioca, chocolate granulado, chá, café etc.
Comemos bem, mas o luxo tem seu preço como viram no peso da mochila rsrsrsrsrs
Vocês contornaram a Ilha toda?
Ainda não Fernanda, falta um trecho de aproximadamente 7 km para ligarmos as duas “pernas” de trilha que fizemos para conseguir dar a volta na ilha toda 🙂