Canoa de Voga

Parte da cultura brasileira, a canoa foi durante décadas o meio de transporte mais utilizado pelas comunidades caiçaras no litoral norte paulista. Elas foram desenvolvidas pelas populações indígenas a partir da utilização de um só tronco de árvore do guapuruvu, cedro ou jequitibá e chegava a ter 20 metros de comprimento. No início era canoa a remo, então se acrescentou a vela dando origem ao nome e depois adaptada para motor.

Canoa de Voga
A Canoa de voga resiste aos tempos modernos, ainda que seja visível a diminuição do número de mestres canoeiros, as técnicas de produção são passadas de geração em geração. Muitas das comunidades caiçaras ainda as utilizam no dia a dia para pesca, e o transporte de pessoas e produtos, fazendo um contraste no mar com as embarcações a motor construídas em fibra ou alumínio.

A comunidade caiçara que habita a praia do Bonete em Ilhabela/SP é uma das que mantém essa tradição e por vezes é possível ver avô, pai e filho trabalhando na construção de uma nova canoa.

Canoa de Voga

O processo de construção se inicia com o aproveitamento de uma árvore tombada pelo vento e após ser levada a praia, a canoa é cortada e passa pelo processo de acabamento grosso onde Mestre Canoeiro utiliza o enxó para redefinir as linhas da canoa. Feito o acabamento grosso, se inicia então o acabamento fino onde a sobreproa e a sobrepopa são coladas, a canoa é toda lixada e posteriormente pintada.

Canoa de Voga

O documentário “Os saberes do fazer – Cultura Caiçara Viva | Comunidade do Bonete” registra as atividades cotidianas dos caiçaras que ali moram, incluindo a construção da canoa de voga.

Tiago
Um paulistano morando aos pés da Serra da Mantiqueira, formado em Administração, Turismo e Data Science, criador do blog Fé no Pé, proprietário da Estratégia Software e da NaMoska 3D, guia de turismo, montanhista, mochileiro e voluntário da Sea Shepherd Brasil

6 thoughts on “Canoas de Voga – cultura caiçara

  1. Muito bom!
    Minha vó era caiçara de Bertioga, me ensinou a fazer tarrafa e seus irmãos tocavam bandolin violão e pandeiro, pescavam de canoa a remo. Me contava tantas histórias. Lembro das músicas e deles tocando, era muito pequeno. Pegavam muito camarão com engodo.

  2. Gratidão! Essa é a palavra. Quero agradecer aos produtores desse trabalho maravilhoso em nome da família de Dona Maria Euzébio de Morais Santos e senhor Lauro dos Santos ( comunidade praia da Figueira) a valorização da vida e cultura caiçara. Eu amei o documentário, muito rico nos detalhes, grande importância às futuras gerações, enfim…
    Tenho um enorme prazer em ter um esposo caiçara que sim, fez algumas pequenas canoas! RS, graças ao convívio familiar.
    Registro os meus sinceros parabéns à todos pela dedicação e novamente pela valorização desse povo maravilhoso!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.